segunda-feira, 19 de outubro de 2009

dolores em cartaz - a saga do menino diamante

O Grupo teatral Dolores Boca Aberta Mecatrônica de artes está em cartaz.




Todos os sábados as 22H na Rua Doutor Frederico Brotero,60 prox ao metro patriarca.

Zona Leste de São Paulo.

Grátis

de 28/08 até 14/11 de 2009
Espetáculo/Festa A saga do menino Diamante, uma ópera periférica.
Duração de 6 ahoras de espetáculo.
Em caso de chuva nao haverá espetáculo
Vir agasalhado e com roupas confortáveis



"Nosso espetáculo tem a pretensiosa vontade de narrar a saga da aventura humana. Para contar esta história, utilizamos três prismas diferentes e simultaneamente unos, a saber: 1) o desenvolvimento do ser humano como ser social em sua saga histórica;2) a construção da cidade como fruto e estímulo da ação do ser social; 3) a formação da consciência do indivíduo como apreensão particular do ser social; Junto disso cabe a reflexão sobre a construção do herói e as grupalizações humanas que criam a figura do líder. O primeiro ato que traz consigo um apêndice, um prólogo alerta aos viajantes, versa sobre o movimento do ser social construtor de história, da cidade, do capital. Esse movimento passa pelo deslocamento/migração, aglomeração no espaço urbano, industrialização (automotiva, construção civil) e favelização. No seio desse deslocamento opera a ideologia que tenta pinçar a idéia de herói na figura dos escolhidos que são exemplo da funcionalidade do sistema. Um sistema hierárquico onde a perseverança, a resignação, a força de vontade, a competência individual, a competitividade, a rejeição do erro dentre tantas outras idéias são postas como características naturais e quando não como ideais de busca individual. Apresentar esse sistema é uma das tarefas da encenação do primeiro ato, apresentar as estruturas da construção da cidade é outra.Esta é a apresentação do intenso movimento de inúmeros personagens reprodutores da vida e que na somatória de suas experiências alienadas, sem se darem conta, constroem a cidade, a sociedade e a história.O segundo ato divide o público em dois grupos. A cisão dá-se de forma brusca. Num lado, o refugo humano vítima do despejo de uma favela; noutro, o seleto grupo de possíveis compradores de apartamentos de luxo em região nobre da cidade.Os despejados ficarão em céu aberto e os privilegiados no conforto das poltronas dentro da sala de apresentações. Nestes contextos aprofundamos as contradições da sociedade espetacularizada, em meio a luta de classes, em duas abordagens: 1) As grupalizações que reproduzem o ideário dominante sem a clara percepção de que o fazem.2) O asfixiante universo do indivíduo atomizado e consumidor das benesses e fetiches capitalistas. A trajetória humana apresentada aparentemente redunda num circuito fechado onde não há espaço para a transformação da vida social. O ciclo perfeito se rompe justo pela imperfeição e a novidade das relações sociais que reproduzem um modo/sistema, mas carregam consigo a imperfeição e a impossibilidade da exata repetição dos eventos. Entendemos imperfeição ou erro ou falta como virtude capaz de por em cheque todo e qualquer sistema que busca a perfeição na reprodução de sua própria existência.Soma-se a este esquema a tentativa de grupos humanos de analisar a realidade social e projetar caminhos para a transformação da realidade. A festa, ou terceiro ato, traz a possibilidade de quebra de alguns padrões e em posse de parcial liberdade, pois, mesmo aí a determinação social opera, experimentamos a bruma de um porvir, o projeto de sociedade descolado das cercas da ideologia dominante. A mesma festa é apresentada como o mergulho coletivo nas entranhas da sociedade do espetáculo.

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