Textos de parceiros, acolhidos, ex-acolhidos e amigos. Vagando pé-pós-pé! Palavra-com-palavra.
Estes serão publicados no fazine do projeto (TERRITÓRIO1) que chega já-já.
TEM GENTE COM PRESSA - Joel e José Nilson
Trem sujo do Brás
Correndo, correndo
Tem gente com pressa
Tem gente com pressa
Piiiiiiiiiii
Estação da Luz
De novo a dizer
De novo a correr
Tem gente com pressa
Tem gente com pressa
Brás Tatuapé Itaquera Guaianazes
Trem sujo do Brás
Correndo, correndo
Parece dizer
Tem gente com pressa
Tem gente com pressa
Mas o freio de ar
Todo autoritário
Manda o trem calar
Psiiiiiiu!
UTOPIA - Sidney Nunes
O sol estava ameno dando a todos uma sensação de leveza no ar. Joana e Eliza preparavam a bóia; Carmem cuidava da água; Sandra cuidava da louça; Geremias escolhia o feijão; Marcelino picava os legumes; Cristiano cortava o frango; João misturava o cimento; Josias trazia a areia; Lindolfo carregava os tijolos; Matias e Pedro abriam a terra pra colocar os ferros da fundação; outros levantavam paredes; e assim iam subindo as casas.
Nos fundos de cada uma delas havia um descampado comunitário, cercado de flores. Juliana, Maria, Paula e Janice nos buracos feitos por Carla, esparramavam sementes. Viviam todos felizes.
As crianças pulavam corda, cantavam, jogavam bola e outros empinavam pipas. Em um canto, livros, lápis e cadernos de escola.
Dali alguns meses quando chegasse a colheita, viriam todos os parentes e amigos para encher de alimento seus lares. Com espigas de milho, muitos grãos de arroz, sacos e sacos de feijão preto, legumes de todos os tipos, verduras e frutas. A fartura prometia; assim como a alegria da vida pulsando; fluindo; com as mães ninando e aleitando crianças.
Os homens na venda entre uma cachaça; um trago no bom cigarro de palha; contavam seus causos; sem cobiça nos olhos. Viviam todos satisfeitos; pois havia pra eles... pão, terra e liberdade.
DEVORADOR - Gerson de Paula
Quando percebeu que a estrada lhe pertencia, fez as malas e seguiu vida a fora. Nunca mais teve parada. Na cabeça infinitas histórias, uma mala nunca desfeita e a estrada por todo o sempre devorada.
ROSTO - Roberto
Rosto, rosto meu. Quando te vejo ao mesmo tempo vejo eu.