quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Registros do Rosa dos Ventos

Dia 24 recebemos os parceiros do Rosa dos Ventos no Arsenal, com o espetáculo Saltimbembe Mambembancos.
Um pouquinho de como foi!




O registro completo tá no face dos parceiros! Só clicar aqui.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Apresentação gratuita!

Dia 24 receberemos os parceiros do Rosa dos Ventos no Arsenal, com o espetáculo Saltimbembe Mambembancos, que faz parte de um projeto de circulação do grupo.
Vem que vai ser massa!



quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Crítica do espetáculo A EXCEÇÃO E A REGRA

por Bruno Fracchia
Devido à chuva que caiu em Santos no último domingo, a apresentação de A Exceção e a Regra, com a Cia. Estável de Teatro, dentro da programação do FESTA57, foi transferida de um espaço ao ar livre para as dependências do Teatro Municipal Brás Cubas. A encenação de uma das peças didáticas de Bertolt Brecht em um ambiente de certa forma segmentado a artistas corre o risco de se tornar apenas um ensaio aberto. Mas o que ocorreu foi o ato teatral em sua totalidade. Estética, conteúdo e ideologia afinados. Um trabalho emocionante, pelo resultado estético e pela demonstração (sem palavras) da defesa de uma ideologia partilhada por todo da Cia.
O autor de peças como Mãe Coragem e Vida de Galileu não criou obras para servirem de documento histórico, mas sim de material de ação a agir por sua época. E desta forma sua peça foi defendida. Uma montagem viva, urgente, agente social junto a um público constituído por muitos jovens estudantes de teatro que pela primeira vez tinham contato com a dramaturgia de Brecht, posta em cena de forma estudada, respeitosa e responsável. Em cena, um coletivo, que partilha dos mesmos ideais. Todos em constante condição de um jogo cênico que também o público, desde o início, é convidado a jogar. Isso sim uma referência de prática de um Teatro Popular.
Embora soe injusto destaques individuais, simbolizando a recusa ao virtuosismo e o comprometimento com um desempenho a serviço do coletivo, cita-se a atriz Daniela Giampietro. Na função/personagem Juiz em suas outras intervenções, sem nada fazer para aparecer, em cena ela apresenta uma força diferente, garantindo-lhe um destaque que não a faz “roubar” a cena (algo incompatível com um trabalho como este), mas que deixa sua imagem em nossa memória. Uma atriz para se observar com bastante atenção.
Para se criar uma obra com tamanha qualidade, não há segredos. É trabalho e pesquisa. O grupo recebeu o olhar de Renata Zanetha (que assina a direção), criou um núcleo de direção musical e estudou a estética do Teatro de Rua e a obra de Bertolt Brecht com seu maior especialista no Brasil, Sérgio de Carvalho. Se um assunto nos envolve e queremos encená-lo com respeito ao público, não há outro caminho. Fica a mensagem.
Um lamento é feito: a impossibilidade de ter assistido a uma das 25 apresentações realizadas pelo grupo em estações da CPTM, em São Paulo. Se o impacto já foi imenso em uma apresentação nas condições descritas acima, imaginemos em espaços de alta movimentação como os das estações de trem e metrô de São Paulo. Que o retorno da Estável a Santos seja breve. Precisamos.
Fonte:

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A Safira e o Diamante: preciosas experiências!

Expedição Linha Safira 
Por Nei Gomes


A sexta Expedição aconteceu na linha Safira.
Nesta Expedição tivemos algumas diferenças de realização do local de apresentação quanto ao que havíamos pensado quando o projeto foi enviado, porém não prejudicou os municípios atendidos ou número de apresentações. Devido a obras nas estações e impossibilidade de local externo em visitas técnicas, a apresentação que aconteceria na estação Itaquaquecetuba foi transferida para a estação Jardim Romano que fica na divisa entre Itaquaquecetuba e São Paulo e a apresentação de Calmon Viana foi transferida para a estação Tatuapé por sugestão do setor de marcketing da CPTM como uma das estações de maior movimento. Cabe lembrar que a estação Calmon Viana pertence ao município de Poá, atendido na linha Coral. 
Estação Jardim Romano – dia 11 de junho às 20h – Em parceria com o coletivo local Extupô Balaio, realizamos a apresentação no lado de dentro das catracas da estação, por estarmos dentro da estação, muitos usuários que saíam dos trens paravam para assistir o espetáculo. Média de 50 pessoas.
Estação São Miguel Paulista – dia 12 de junho às 20h – Apesar de ser uma data comemorativa e estar um dia bastante frio, a escolha do local e a alta circulação possibilitou uma apresentação com bastante público. O local foi entre a estação e uma movimentada praça do bairro. Média de 60 pessoas.
Estação Tatuapé – dia 18 de junho às 20h – A apresentação foi realizada dentro da estação num vão bastante grande que comportou o maior público atendido até esta Expedição. Por ser uma estação de bastante movimento, estando ligada ao metrô e também entre muitos comércios, tivemos uma média de 200 pessoas acompanhando o espetáculo.


Expedição Linha Diamante 
Por Juliana Liegel

A última linha da CPTM a receber Expedição: A Exceção e a Regra foi a Diamante, que liga a estação Júlio Prestes à Itapevi. Iniciamos na Estação Osasco no dia 30/06, terça-feira, às 20h. Escolhemos realizar a apresentação em frente a entrada da estação, onde existe um calçadão repleto de lojas e comércio ambulante. O fluxo intenso de estudantes e trabalhadores propiciou uma grande roda de aproximadamente 150 pessoas que acompanharam o espetáculo com entusiasmo apesar do frio. Ao final da apresentação fomos convidados pela TV Osasco para entrevista no dia seguinte.
No dia 01/07, às 11h, ao vivo no canal 05 da NET para Osasco e região e pela internet, a Companhia Estável participou do programa de entrevistas onde divulgou as apresentações da Expedição Diamante. A apresentação deste dia, marcada para a Estação Barueri, foi adiada para o dia 09/07 por conta de uma forte garoa no horário da apresentação, pois a estação não possuía local coberto.
Na terça-feira, dia 07/07 às 20h, foi realizada a apresentação na estação Carapicuíba. Muito bem recebidos pelos funcionários, realizamos a apresentação ao lado das catracas de saída. A estação comportou muito bem o espetáculo. Aquecemos o ambiente com jogos envolvendo a plateia e tivemos cerca de 100 espectadores atentos. Realizamos gravação da peça neste dia.
No dia seguinte, 08/07, também às 20h foi a vez da estação Itapevi. Decidimos fazer a apresentação do lado de dentro da estação, antes das catracas. Notamos o intenso fluxo de pessoas que à princípio, enquanto arrumávamos cenário e adereços, passavam apressados. Assim que tudo estava pronto e cantamos algumas canções para aquecer a voz, o público foi parando, um pouco intimidado, olhando de longe. Quando iniciamos já havia uma grande plateia composta por trabalhadores de diversas idades, mães e filhos, vendedores com suas cestas de mercadorias, aos poucos sentaram-se nas esteiras e tivemos uma média de 120 pessoas. Ao longo do espetáculo foi aumentando cada vez mais o número de espectadores.
Dia 09/07, às 20h, fomos para Barueri, repor a apresentação do dia 01/07. Realizamos a apresentação ao lado da entrada da estação, em frente ao terminal de ônibus. Mesmo sendo feriado tivemos uma plateia bastante intensa, com muitos jovens, crianças e também moradores de rua que assistiram muito interessados. Público estimado de 90 pessoas Em um momento de identificação com o personagem do carregador um desses homens em situação de rua declamou uma poesia emocionando atores e plateia. Momentos especiais de nossa expedição.
Na sexta-feira, dia 10/07 realizamos a penúltima apresentação deste projeto em Jandira, a última apresentação noturna. No corredor de acesso às escadas que levam às catracas, realizamos a apresentação que contou com uma média de 110 pessoas que assistiram, muitas em pé, pois não pudemos colocar todas as esteiras para garantir a circulação dos transeuntes. Antes de iniciarmos, alguns jovens que haviam chegado no meio do espetáculo em Carapicuíba, se apressaram em ocupar os lugares da frente e avisaram que hoje eles veriam o espetáculo inteiro. O carinho e retorno do público de uma estação à outra para nos assistir foi uma constante em todas as linhas e dão à Companhia Estável a certeza de estar trilhando um caminho de extrema importância para a cultura no estado de São Paulo.

Com esta perspectiva, encerramos nossa expedição na Estação Júlio Prestes, no dia 11/07, sábado, às 11h da manhã. Nesta estação histórica responsável por transportar tanta riqueza de nosso Estado, situada na região central, cercada da contradição desta metrópole que é o local de origem do grupo,  realizamos uma belíssima apresentação, com cerca de 200 pessoas que acompanharam o espetáculo no saguão de entrada. Sem dúvida, foi uma apresentação muito emocionante: Expedição cumprida com sucesso!

Expedições Turquesa e Coral - reflexões

Expedição linha Turquesa 
Por Sergio Zanck

                Durante o mês de abril a Expedição “A Exceção e a Regra” esteve na Linha 10 – Turquesa, da CPTM. Realizando apresentações nas estações de Ribeirão Pires, Mauá, Santo André e São Caetano, sempre em dias da semana (segundas ou sextas) no horário das 20h.
                Até o momento em que a realizamos, foi a expedição com a maior média de público. Atribuímos esse grande numero de espectadores a dois fatores: Primeiramente pela escolha das datas e horários. Em expedições anteriores constatamos, ao realizar apresentações aos domingos, uma quantidade menor de espectadores. Já nesse trecho todas as ações foram em dias da semana, em um horário de grande fluxo de trabalhadores nas estações. Outro fator que colaborou para a grande quantidade de público foi que, a companhia possui em seu elenco várias pessoas que vieram dessa região. Assim, foi grande a quantidade de familiares, amigos, grupos parceiros que assistiram aos espetáculos.
                A primeira apresentação dessa linha foi em 10 de abril, em Ribeirão Pires, aconteceu de forma muito espontânea. A CPTM disponibilizou uma área ainda dentro das dependências da estação. Ao pé de uma árvore, com piso paralelepípedos, com a bucólica escadaria da estação de arquitetura antiga servindo de arquibancada. A peça aconteceu de forma tranquila, para com plateia repleta de artistas de grupos locais, amigos, familiares, além do grande público espontâneo que a cada trem parava para assistir.
                Nossa segunda parada foi dia 17 de abril, na estação Mauá, se desenvolveu bem, depois de um início conturbado. Ao chegar no local previamente acertado em visita técnica (realizada semanas antes) com a CPTM, em um calçadão na porta da estação, fomos impedidos pela guarda municipal e suposto “fiscal de uso de solo” de montar nossa área cênica.
Com argumentos de aquela seria uma área de circulação de responsabilidade da prefeitura e que não tínhamos autorização municipal, negaram nossa ação. E com delicadas indiretas e ameaças ao elenco e à administração da CPTM nos impediriam de apresentar. A CPTM se mostrou extremamente parceira do projeto, disponibilizando uma área dentro da estação e liberando a entrada sem passar pelas catracas para quem foi assistir ao espetáculo.
Após esse pequeno percalço a apresentação se desenrolou muito bem, novamente para um grande público, composto de artistas de grupos locais, alguns convidados do grupo e público espontâneo que descia a cada trem que chegava.
                Nossa terceira apresentação foi dia 20 de abril, em Santo André, aconteceu na porta da estação, mais uma vez reunindo um grande público, além de alunos da Escola Livre de Teatro, Fundação das Artes de SCS, e Faculdade FAINC.
                Finalizamos este trecho na porta da estação São Caetano no dia 27 de abril. Novamente para um grande público. Na plateia estavam os estudantes das escolas já citadas, além de alunos do projeto Vocacional de São Paulo, e vários artistas de grupos locais.
                Um trecho muito prazeroso de se apresentar, com o espetáculo sendo assistido por muitos estudantes e profissionais da área, além de amigos e familiares de nosso elenco. Muitos retornos, questionamentos e possibilidades para o espetáculo, e para cada um de nós.
Para nosso público alvo, os trabalhadores, muitos que nunca foram ao teatro, a peça segue causando identificação e reflexão, diversos são os retornos sobre esse ponto. O que aumenta nossa certeza de que estamos apresentando nos locais certos, para as pessoas certas. Seguimos como o projeto, rumo à linha Coral.
               
Expedição Linha Coral 
Por Nei Gomes

A quinta Expedição realizada no projeto contou com quatro apresentações na linha Coral.
A essa altura do projeto muitas das análises sobre o processo de apresentação nesta perspectiva já estavam maduras e nos fizeram ter caráter menos experimental e mais assertivo quanto à escolha dos locais e horários. Já nas visitas técnicas realizadas anteriormente às apresentações muitas determinações eram definidas com maior rapidez e eficácia, depois comprovadas pela própria apresentação e relação com o público que a assistia. Para esta Expedição nossa Companhia passou por um processo de mudança no elenco com a substituição da atriz Andressa Ferrarezi e a entrada da atriz Miriele Alvarenga. Pelo fato do projeto ser tão dinâmico e intenso o grupo estava bastante alinhando, conseguindo seguir com as apresentações sem abalos estruturais e deficiência nas atividades. A seguir a descrição dos locais de apresentação e breve relato sobre essa experiência.
Estação Guaianazes – Dia 08 de maio às 20h – A apresentação foi realizada do lado de fora da estação, em frente ao terminal de ônibus num espaço de grande circulação. Muitos ambulantes e pessoas que entrariam nos ônibus rumo a suas casas pararam para assistir o espetáculo. Tivemos uma média de 60 pessoas acompanhando desde o início e muitos que paravam e permaneciam o tempo possível dentro de suas viagens.
Estação Poá – Dia 12 de maio às 20h – A apresentação que estava marcada para acontecer na Praça dos Expedicionários em frente à estação teve que ser transferida para dentro da estação. Por conta da forte chuva no dia, alinhamos com os funcionários da estação e conseguimos um espaço interno ao lado das catracas para realizarmos esta apresentação. Muitas pessoas aproveitaram a impossibilidade de seguirem pelas ruas por causa da chuva para assistirem o espetáculo na saída das catracas.
Estação Suzano – dia 21 de maio às 20h – Em parceria com o coletivo local Contadores de Mentira, tivemos uma apresentação bastante cheia em uma das saídas da estação. Com muitos convidados e público espontâneo, um número aproximado de 140 pessoas acompanharam nossa apresentação.

Estação Mogi das Cruzes – dia 23 de maio às 11h – Buscando outros públicos, decidimos realizar uma apresentação no período da manhã na saída da estação Mogi das Cruzes. Além dos usuários da CPTM e passantes pelas ruas, tivemos a presença de um grupo de estudantes de teatro do projeto Fábricas de Cultura. Média de 160 pessoas.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Relatos Linha Esmeralda e Linha Rubi

Expedição Linha Esmeralda 
Por Paula Cortezia

A Cia. Estável iniciou a circulação da Expedição Exceção e a Regra em três estações da linha Esmeralda. A primeira estação visitada marcou uma estreia cheia e participativa. Dia chuvoso, término de expediente de toda uma semana de trabalho, os passantes naquela sexta-feira, 06 de Março, demonstravam interesse por aquela quebra de rotina desde a montagem dos elementos de cena. Muitos já foram se acomodando nas esteiras, outros se recostavam nas paredes mais distantes esperando para ver “que bicho seria aquele”.
A escolha do local de apresentação, dentro da estação, e logo atrás da catraca, garantiram que o espaço estreito se tornasse protegido de interferências e acolhedor. O público, em média 120 pessoas e bastante variado, colocou-se de maneira bem próxima ao espetáculo, tanto fisicamente quanto no acompanhamento concentrado dos eventos da cena. Participativo, não teve receio de interagir com o espetáculo, rir alto e até dar conselho à personagem do Carregador: ”Não entrega, não!”, referindo-se a fala dele de dar o resto de sua água para o patrão.
Reforçando a tendência que o grupo vinha percebendo na rua, boa parte do público dividia o entrosamento na plateia com a intermediação do espetáculo pelo celular. Fotos, “selfies”, vídeos. Tudo para rever imediatamente após o espetáculo. Rever e até questionar. “Por que vocês vieram fazer isso aqui para o povão?”, perguntou uma senhora acostumada a ir ao SESC para ver teatro. Não se enxergava parte daquele “povão” trabalhador que circulava pela estação de trem do Grajaú. Mas estava lá e em comunhão com aquele “povão” trabalhador do teatro.
Próxima parada, dia seguinte, sábado, 07. Desembarque na estação Santo Amaro. Dessa vez, o local escolhido foi no caminho entre o desembarque do trem e saída ou transferência para a linha Lilás do metrô. Dessa vez, o espaço era mais disperso por conta do fluxo das pessoas e interferências sonoras do trem. Nesse contexto, e também pela característica do dia ser um sábado a noite, menos caracterizado como momento de retorno do trabalho, gerou uma concentração maior de jovens para assistir ao espetáculo, em um público médio de 70 pessoas. Apesar disso, muitos passantes paravam em determinados momentos e, ainda que com pressa, detinham-se no trajeto para espiar um pouco. Outros passantes demonstraram irritação pela interrupção do fluxo de circulação no trem, provocado por aquela quebra de rotina da estação, especialmente na passagem da peça em que o elenco, com ajuda do público, monta um rio, ampliando o espaço de representação.
Aspecto marcante também na apresentação foi o desconhecimento dos funcionários sobre a atividade, apesar do diálogo prévio com a CPTM e responsáveis pela estação. O próprio banner, deixado na noite anterior com autorização para a divulgação do espetáculo, havia sido guardado para o grupo, com a preocupação de que se perdesse! Ao longo dos preparativos, contamos ainda com problemas técnicos de utilização de pontos de luz, mas enfim tudo se resolveu. E, ao final do espetáculo, a reação dos funcionários era oposta. “Vocês tem que apresentar aqui de novo! Vamos fazer diferente da próxima vez”, disseram funcionários empenhados em repetir a atividade.
Por fim, o grupo fechou o final de semana e a circulação pela linha Esmeralda no domingo, 08, na estação Ceasa. Organizado em um espaço amplo dentro da estação, de passagem da plataforma às catracas e próximo ao banheiro feminino, o grupo fez a aposta de atingir um grupo grande de mulheres e crianças que saiam costumeiramente naquele horário das 17h da visita aos parentes do Cadeião e se trocavam pela estação antes de ir embora. Apresentação simbólica e importante marcando o Dia da Mulher e discutindo intimamente a realidade daquele público específico. Mas contamos com a adversidade: justamente por conta da particularidade daquele dia, o horário de visita do Cadeião havia sido alterado, o que reduziu o público estimado. Mas ainda assim contamos com a presença de algumas famílias, mulheres e seus filhos, e outros passantes. A marca social no público se fazia presente e era visível o cansaço e o peso daquele momento, o que caracterizou uma apresentação e troca densa com os presentes.
  
Expedição linha Rubi 
Por Luis Calvo

Para a Expedição que realizamos na linha Rubi da CPTM entramos em contato com agentes culturais/sociais da região para em conjunto com a rede de apoio da CPTM (chefia e demais funcionários das estações) definirmos os melhores horários e locais e posteriormente obtermos auxílio na divulgação das apresentações. Essa escolha se mostrou importante, visto que um dos objetivos do projeto é tentar identificar fluxos de trabalhadores que possam vir a se tornar público potencial para apresentações culturais. Acreditamos que durante todo o projeto ocorrerão possíveis ajustes de horários e espaços visto que cada localidade possui uma dinâmica de convivência própria.

Perus - 13 de Março, sexta-feira às 20h – A apresentação foi realizada na Praça Inácio Dias (em frente à saída da estação) local em que também é realizado o Sarau Quilombaque.
A apresentação contou com o apoio técnico e logístico do Coletivo Quilombaque (Grupo da região que desenvolve atividades artísticas, políticas e sociais). Tivemos um público aproximado de 50 pessoas, formado em sua maioria por trabalhadores que retornavam às suas casas após exaustiva jornada de trabalho. Vale destacar que a dinâmica comumente presente em apresentações na rua (interferência de cachorros, bêbados, barulho de carros etc), neste dia se fez notar pela figura de um senhor alcoolizado que durante boa parte do espetáculo buscou interagir com a história, e por vezes interferia no andamento da apresentação. Contornada a situação, o espetáculo prosseguiu normalmente.
Francisco Morato – 14 de Março, sábado às 14h – Por indicação da chefia da estação a apresentação foi realizada na saída próxima às catracas. Nessa apresentação contamos com um público estimado de 70 pessoas. Por ser um sábado foi possível notar que muitas pessoas (famílias com crianças, mães com filhos, etc.) voltavam com sacolas de compras possivelmente realizadas no comercio paulistano (Braz, Lapa, Luz, etc.). É importante destacar que a relação do público durante a apresentação foi intensa o que tornou o espetáculo mais dinâmico.
Jundiaí - 15 de Março, Domingo às 14h – Essa apresentação foi realizada na área externa da estação, por indicação da chefia da estação. Acreditamos que por se tratar de um domingo o fluxo de pessoas foi bem reduzido. Apesar disso, aproximadamente 30 pessoas circularam durante a apresentação e aqueles que se detiveram no espetáculo se mostraram muito atentos a história e comentavam entre si sobre os temas ali abordados.
Caieiras - 21 de Março, sábado às 20h – Seguindo indicação da chefia da estação iniciamos a preparação para a apresentação na rua próxima à cancela de saída da estação, mas devido à chuva foi preciso deslocar a apresentação para dentro do terminal de ônibus (área coberta). O local não era muito indicado para apresentação (barulho dos ônibus manobrando, próximo aos banheiros – mau cheiro, etc.), mas optamos por realizar o espetáculo assim mesmo. Como a outra opção seria cancelar a apresentação decidimos realizar a li mesmo, até porque a divulgação havia sido feita e algumas pessoas já se encontravam no local para acompanhar o espetáculo. Mesmo com todos os infortúnios (frio, chuva, barulho, mau cheiro dos banheiros, etc.) tivemos um público estimado de 20 pessoas que acompanharam o espetáculo do inicio ao fim, interagindo de forma dinâmica.
Franco da Rocha – 22 de Março, domingo às 14h – Essa apresentação a principio havia sido agendada (e até mesmo divulgada!) para as 20 horas, mas por se tratar de um domingo com clima frio e chuvoso fomos aconselhados tanto pela pessoa responsável da estação como por agentes locais que o melhor seria transferir a apresentação para as 14 horas, pois nesse horário teríamos a possibilidade de ter maior fluxo de pessoas na estação. Seguindo os preciosos conselhos, realizamos a apresentação no domingo à tarde na área de saída da estação localizada próxima as escadas que dão acesso aos trens. A mudança de horário foi proveitosa, pois de fato tivemos um público, que apesar de pequeno (aproximadamente 30 pessoas) se mostrou muito interessado. Pudemos notar que até mesmo as pessoas que se encontravam na plataforma dentro da estação acompanhavam o que estava acontecendo ali, desde a preparação do espaço e dos atores até a apresentação, no espaço de tempo que tinham entre sua chegada na plataforma e a partida do trem que estavam esperando.
Chamou-nos a atenção um grupo de uns dez garotos, aparentando ter entre 10 e 15 anos, que chegaram com um trem e se fixaram ali desde nossa preparação até o final da apresentação e acompanhavam atentamente tecendo alguns comentários em determinadas cenas. Em alguns momentos pareceu-nos, por conta de suas reações, que havia certa identificação com as situações de exploração e repulsa com as cenas de violência e repressão ali apresentadas.

Por fim, cabe destacar a preciosa ajuda que recebemos da Joice, uma agente cultural moradora de Caieiras que tinha uma valiosa rede de contatos e profundo conhecimento da dinâmica social da região. Desde nosso primeiro contato, na apresentação em Perus, Joice se mostrou muito prestativa e disposta a nos ajudar, e nós não desperdiçamos sua gentileza e carinho.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Compartilhamento sobre a Expedição!

A Cia. Estável de teatro tem em sua história a constante relação com o entorno dos locais onde está inserida, com o espetáculo A Exceção e a Regra está relação ganha um salto pelo fato de, além de se relacionar com os 1200 homens em situação de rua da casa de acolhida Arsenal da Esperança, busca interlocução com o público em locais de passagem e transição de grande número de pessoas. Após se apresentar em praças e ruas onde está circulação é intensa, a Cia. Estável realizou vinte e cinco apresentações gratuitas do espetáculo A Exceção e a Regra na saída de vinte e cinco estações de trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Cada trajeto nas linhas da CPTM foi chamado de Expedição, em referência ao próprio texto, que acontece uma viagem realizada pelo deserto por duas expedições.
Para compor a multiplicidade de olhares sobre a experiência vivida e, ao mesmo tempo relata-la, o formato da prestação foi por Expedição (Linha da CPTM em que aconteceram as apresentações), sendo um integrante responsável por cada relato.
Por se tratar de um espetáculo de Rua e feito em espaços de circulação, não foi possível ter o número exato de pessoas assistindo a cada apresentação.

Cabe lembrar que o projeto foi mais que as 25 apresentações, sendo também a pesquisa sobre melhores locais e horários nas estações e compartilhamento da experiência vivida em meio virtual.

Nos próximos dias vamos divulgando o relato de cada expedição!