quinta-feira, 13 de agosto de 2009

quatro grupos aliados e o mst

Os quatro grupos que assinam esta carta têm se encontrado regularmente para refletir a respeito do teatro que fazem e construir ações políticas e estéticas. A marcha do MST foi a primeira ação. Outras ações virão.


Aliados na luta pela emancipação da classe trabalhadora

Nós – Brava Companhia, Cia. Estável de Teatro, Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes e Engenho Teatral – somos coletivos teatrais afastados do tradicional centro de circulação, dialogamos com a periferia e ou residimos nela. Nosso público é a classe trabalhadora.

Defendemos que os meios de produção teatrais devem estar sob o controle dos trabalhadores artistas realizadores das obras, organizados em grupos, em coletivos, sem a presença de patrões.

Essas opções se prendem às nossas origens e aos estudos que nos revelam o funcionamento do capitalismo como um sistema de acumulação privada das riquezas do mundo nas mãos de poucos, o que gera miséria para a maioria, os trabalhadores, incluindo a nós, trabalhadores artistas. É para lutar contra isso que assumimos o controle da nossa produção, da nossa criação teatral e tentamos gerar pensamento, cultura e arte contra o pensamento, a cultura e a arte dominantes que alimentam a manutenção desse estado de coisas.

Mas essa não é uma tarefa que podemos realizar isolados. E ela coloca em risco nossa própria sobrevivência como coletivos: nossos inimigos são poderosos e nossa luta não pode se limitar à disputa ideológica, cultural, artística.

Com a crise generalizada do capital, todos os trabalhadores pagam a conta da concentração das riquezas. Os fundos públicos são raspados para salvar corporações falidas que embolsam os recursos devidos não só à reforma agrária ou urbana, à educação e à saúde, mas também à cultura. Apesar da falência, a cultura dominante insiste no discurso de que não há saída sem o agronegócio, as multinacionais, os bancos, a indústria cultural, os donos do mundo. Mas somos nós que dependemos deles para viver ou eles que dependem de nós para forrar seus cofres?

Por aí marchamos, junto aos nossos pares, contra a negação das gentes, rumo ao socialismo.

SP/agosto/2009
Brava Companhia - Cia. Estável de Teatro,
Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes - Engenho Teatral












segunda-feira, 3 de agosto de 2009

os três porquinhos - oficina de produção de texto


Era uma vez, três porquinhos que eram irmãos. O primeiro morava em uma casa de palha, o segundo em um chalé de madeira e o terceiro, além de morar em uma mansão de tijolos aparentes, era dono da grande fábrica de bacon da cidade. Ao lado da fábrica havia um córrego onde era despejado seu esgoto, e na margem deste córrego morava um lobo.
Uma bela manhã, na frente da fábrica houve um tumulto de repórteres e operários, todos querendo ouvir o que o porquinho da casa de palha, que de cima de um carro de som protestava:
- Caros companheiros, vocês não vêem o absurdo a que estamos expostos? Essa fábrica explora nosso trabalho até nos consumir como matéria prima. Vivemos em uma terrível e constante forma de canibalismo, mascarada pelo processo de industrialização que nos tira a forma que temos em vida, e nos coloca dentro de caixas, como produto nas prateleiras dos supermercados...
Nesse momento os cães policiais dispensaram a manifestação e da janela do escritório, observando o tumulto com olhar de reprovação estava o porquinho do chalé de madeira:
-Esse meu irmão é um vagabundo, a vergonha da família, querendo destruir a própria família! Trabalhando, como eu fiz, sairia logo da linha de produção e estaria em um cargo melhor. É preciso ter obstinação e foco. Em vez de ler aqueles livros cheios de utopias, poderia ter dedicado um pouco de tempo a encontrar o caminho do sucesso!
Na confortável mansão de tijolos o silêncio é quebrado por um grito:
-Porco maldito! Quer me difamar, até uma oportunidade a esse animal eu concedi e agora me apunhala pelas costas! E aquele outro que não faz nada? Deve estar nisso também, estão esperando a hora certa de me passar a perna!
Então, o rico leitão sai correndo em direção de sua fábrica, contudo, quando estava deixando sua propriedade foi surpreendido por um lobo faminto que estava prestes a lhe transformar em uma refeição. O porco, em um ato de sangue frio, que convêm a todo bom porco de negócios, viu naquela adversidade uma oportunidade e tentou argumentar com seu predador:
- Espera, antes de fazer qualquer coisa eu tenho uma proposta para você. Sou dono da Porcos Sorridentes Alimentícios e tenho um plano que pode ser conveniente para nós dois, podemos ser parceiros. Se você me comer só matará momentaneamente sua fome, e amanhã?
O lobo pára sua investida e começa a prestar atenção no que o suíno dizia e responde:
- Resolvi aceitar esse papel que está empurrando para as minhas mão se nos tornarmos realmente iguais, “parceiros”, estou com saco cheio de seguir regras que são só funcionais e boas para vocês porcos e porcas, quero ter o poder de vocês, o luxo, a força que vocês têm para dominar minha espécie, excluí-la e classificá-la. Eu quero estar no topo saciar minha fome, minha ganância, meu ego, quero o melhor que o mundo tem para oferecer.
Um aperto de patas sela o acordo.
Em uma manhã qualquer comendo bacon com ovos no café da manhã o porquinho vê na primeira página do jornal a manchete misteriosa: Serial killer mata mais um líder sindical.

Texto escrito por Luciano Augusto Buniak, Marly Moura Gonçalves e Naira Puzzi Goulart de Souza, participantes da oficina de produção de texto.

sábado, 1 de agosto de 2009

homem cavalo no engenho

Cia Estável na Mostra de Teatro do Engenho Teatral.
dias 8 e 9 de agosto, 19h, grátis
ao lado da Estação Carrão do Metro.

Confira a programação completa
http://engenhoteatral.wordpress.com/mostra/
Quer saber mais sobre a mostra? acesse: