sábado, 5 de abril de 2014

cia. no cordão da mentira

A cia. participou nesta terça-feira do ato do Cordão da Mentira. Além de integrar a longa caminhada e festa, com paradas estratégicas em frente a órgãos que de alguma maneira fazem parte da história da ditadura militar e de seus desdobramentos nos dias atuais, a Cia. realizou uma intervenção estético-política em frente à TFP. Apresentamos uma das cenas de um estudo anterior sobre o Vaudeville, que se tratava justamente da prática constante dos desaparecimentos políticos da época da ditadura (e até hoje...). E cantamos também uma das músicas do espetáculo A Exceção e a Regra, que fala sobre a Justiça ou a falta dela, adaptada da peça "Mutirão em Novo Sol", de 1962, escrita coletivamente por Nelson Xavier, Augusto Boal, Hamilton Trevisan, Modesto Carone e Benedito M . Araújo. 

Segue a letra da canção e algumas fotos do dia:

CANÇÃO DA JUSTIÇA QUE TARDA MAS NÃO VEM

A justiça tarda, tarda mas não falha
Mas, se a fome espera, espera nunca falha
A justiça tarda, tarda porque é cega
Anda devagar, senão escorrega

Quem precisar justiça
Tem muito que se aprumar
Tem que ser rico, ser dono
E ter tempo pra esbanjar

Quem precisar justiça
Não pode nem trabalhar
Não pode ficar doente
Ter filhos pra alimentar

A justiça tarda porque não tem pressa
Mas quem tiver pressa é quem se atrapalha
A justiça tarda para o João Ninguém
Se a lei é safada, tarda mas não vem.


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