quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Expedições Turquesa e Coral - reflexões

Expedição linha Turquesa 
Por Sergio Zanck

                Durante o mês de abril a Expedição “A Exceção e a Regra” esteve na Linha 10 – Turquesa, da CPTM. Realizando apresentações nas estações de Ribeirão Pires, Mauá, Santo André e São Caetano, sempre em dias da semana (segundas ou sextas) no horário das 20h.
                Até o momento em que a realizamos, foi a expedição com a maior média de público. Atribuímos esse grande numero de espectadores a dois fatores: Primeiramente pela escolha das datas e horários. Em expedições anteriores constatamos, ao realizar apresentações aos domingos, uma quantidade menor de espectadores. Já nesse trecho todas as ações foram em dias da semana, em um horário de grande fluxo de trabalhadores nas estações. Outro fator que colaborou para a grande quantidade de público foi que, a companhia possui em seu elenco várias pessoas que vieram dessa região. Assim, foi grande a quantidade de familiares, amigos, grupos parceiros que assistiram aos espetáculos.
                A primeira apresentação dessa linha foi em 10 de abril, em Ribeirão Pires, aconteceu de forma muito espontânea. A CPTM disponibilizou uma área ainda dentro das dependências da estação. Ao pé de uma árvore, com piso paralelepípedos, com a bucólica escadaria da estação de arquitetura antiga servindo de arquibancada. A peça aconteceu de forma tranquila, para com plateia repleta de artistas de grupos locais, amigos, familiares, além do grande público espontâneo que a cada trem parava para assistir.
                Nossa segunda parada foi dia 17 de abril, na estação Mauá, se desenvolveu bem, depois de um início conturbado. Ao chegar no local previamente acertado em visita técnica (realizada semanas antes) com a CPTM, em um calçadão na porta da estação, fomos impedidos pela guarda municipal e suposto “fiscal de uso de solo” de montar nossa área cênica.
Com argumentos de aquela seria uma área de circulação de responsabilidade da prefeitura e que não tínhamos autorização municipal, negaram nossa ação. E com delicadas indiretas e ameaças ao elenco e à administração da CPTM nos impediriam de apresentar. A CPTM se mostrou extremamente parceira do projeto, disponibilizando uma área dentro da estação e liberando a entrada sem passar pelas catracas para quem foi assistir ao espetáculo.
Após esse pequeno percalço a apresentação se desenrolou muito bem, novamente para um grande público, composto de artistas de grupos locais, alguns convidados do grupo e público espontâneo que descia a cada trem que chegava.
                Nossa terceira apresentação foi dia 20 de abril, em Santo André, aconteceu na porta da estação, mais uma vez reunindo um grande público, além de alunos da Escola Livre de Teatro, Fundação das Artes de SCS, e Faculdade FAINC.
                Finalizamos este trecho na porta da estação São Caetano no dia 27 de abril. Novamente para um grande público. Na plateia estavam os estudantes das escolas já citadas, além de alunos do projeto Vocacional de São Paulo, e vários artistas de grupos locais.
                Um trecho muito prazeroso de se apresentar, com o espetáculo sendo assistido por muitos estudantes e profissionais da área, além de amigos e familiares de nosso elenco. Muitos retornos, questionamentos e possibilidades para o espetáculo, e para cada um de nós.
Para nosso público alvo, os trabalhadores, muitos que nunca foram ao teatro, a peça segue causando identificação e reflexão, diversos são os retornos sobre esse ponto. O que aumenta nossa certeza de que estamos apresentando nos locais certos, para as pessoas certas. Seguimos como o projeto, rumo à linha Coral.
               
Expedição Linha Coral 
Por Nei Gomes

A quinta Expedição realizada no projeto contou com quatro apresentações na linha Coral.
A essa altura do projeto muitas das análises sobre o processo de apresentação nesta perspectiva já estavam maduras e nos fizeram ter caráter menos experimental e mais assertivo quanto à escolha dos locais e horários. Já nas visitas técnicas realizadas anteriormente às apresentações muitas determinações eram definidas com maior rapidez e eficácia, depois comprovadas pela própria apresentação e relação com o público que a assistia. Para esta Expedição nossa Companhia passou por um processo de mudança no elenco com a substituição da atriz Andressa Ferrarezi e a entrada da atriz Miriele Alvarenga. Pelo fato do projeto ser tão dinâmico e intenso o grupo estava bastante alinhando, conseguindo seguir com as apresentações sem abalos estruturais e deficiência nas atividades. A seguir a descrição dos locais de apresentação e breve relato sobre essa experiência.
Estação Guaianazes – Dia 08 de maio às 20h – A apresentação foi realizada do lado de fora da estação, em frente ao terminal de ônibus num espaço de grande circulação. Muitos ambulantes e pessoas que entrariam nos ônibus rumo a suas casas pararam para assistir o espetáculo. Tivemos uma média de 60 pessoas acompanhando desde o início e muitos que paravam e permaneciam o tempo possível dentro de suas viagens.
Estação Poá – Dia 12 de maio às 20h – A apresentação que estava marcada para acontecer na Praça dos Expedicionários em frente à estação teve que ser transferida para dentro da estação. Por conta da forte chuva no dia, alinhamos com os funcionários da estação e conseguimos um espaço interno ao lado das catracas para realizarmos esta apresentação. Muitas pessoas aproveitaram a impossibilidade de seguirem pelas ruas por causa da chuva para assistirem o espetáculo na saída das catracas.
Estação Suzano – dia 21 de maio às 20h – Em parceria com o coletivo local Contadores de Mentira, tivemos uma apresentação bastante cheia em uma das saídas da estação. Com muitos convidados e público espontâneo, um número aproximado de 140 pessoas acompanharam nossa apresentação.

Estação Mogi das Cruzes – dia 23 de maio às 11h – Buscando outros públicos, decidimos realizar uma apresentação no período da manhã na saída da estação Mogi das Cruzes. Além dos usuários da CPTM e passantes pelas ruas, tivemos a presença de um grupo de estudantes de teatro do projeto Fábricas de Cultura. Média de 160 pessoas.

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