quarta-feira, 30 de setembro de 2009

s.o.s. flávio império


Manifesto Por Um Teatro Num Lugar Maldito

Teatro em Cangaíba. Mas Cangaíba fica em São Paulo? E lá tem teatro?
Fica em São Paulo e tem teatro municipal (Uau)
Porém fora do circuito da capital (Mal)
Cangaíba que do tupi guarani significa terra maldita
Lugar que não dá nada, segundo os índios, quando sementes eram plantadas
Órgão cultural do nosso sub-distrito
Leva nome de um dos principais cenógrafos que o teatro já tenha visto
Inaugurado pela migrante do sertão da Paraíba
Mas homenageá-lo em Cangaíba? Um lugar longínquo de mais
Não precisa pedir desculpa, esse lugar tem tudo haver com seus ideais
Interditado por quem Ama São Paulo que não é arquiteto é engenheiro
E que soube bem investir o nosso dinheiro. $uiçeiro!
Deixou tudo pronto para o seu sucessor que continou com tudo que o turco apitou
Pra reabrir foi preciso uma nova Estrela bilhar na cidade
Será que só as mulheres têm sensibilidade?
Era Arte contra e agora é pela barbárie
Atores em cooperação pela ocupação estável teatral
A Cia. residiu interfiriu na comunidade local
Os amigos da multidão celebram a vida e saem no jornal
A dramaturgia é do saudoso Reinaldo Maia do Folias
A Zhaneta no ensaio grita e berra
Mas o que incomoda o poder vem e Serra.
E com a serra reparte deixa em parte dividido
Melhor pra ser controlado e dirigido
Pobre e rico ninguem sabe quem é seu inimigo
Aristocrata acredita ser democrata só pode tá iludido
Entra partido e sai partido continuamos esquecidos
Onde será permitido? No Céu? Não lá dizem que é subdividido
Um deus separou cultura e educação, política e religião
Criando hierarquias e fragmentação
Burocrasia que funciona para os que estão no plano superior
E nós aqui em baixo ainda estamos esperando Godot
A reforma virá, é só esperar! Não senhor
As ruas pedem urgência! Cadê o telefone pra eu ligar?
S.O.S Flávio Império você tem que voltar!
Pois saiba que os Fuzis da senhora Carrar
estão guardados pra hora que precisar
até a Falecida de Nelson vai reencarnar e convocar
os Poetas da Vila e seus amores
Donas de casa, operários e artistas amadores
Pra fazer a OFICINA da antropofagia
Na nossa ARENA que será constituida na sua portaria
Prometeu prepare o fogo e Dionisio a orgia
Proque se isso não for do povo vocês vão ver o que é exercer cidadania
Vão sentir o amargo dos Mais Doces Bábaros de Marias
Gals, Gils e Caetanos. Os coletivos de artes estão ensaiando Tatutopodia
Balaio, Cervantes na Casa da Dita
São muito mais de Fire e você não acredita
São todos Atormentados Vocacionados do Extremos Atos
pintando sua aldeia e cantando Zumbi
E DAÍ a Periferia é Invisível até a hora de explodir
O movimento é pra unir
Frentes autonomas em prol da revolução cultural permanente
Do Brás a Cidade Tiradentes
as Pombas Urbanas pedem paz ao som de Racionais na guerra que parece do Oriente
Anonimamente encenando a vida no Cortejo Livre Leste na avenida
Itinerante. Vamos avante. É o levante! Vem comigo!
Por um teatro num lugar maldito. Mal Dito. Mau mau Dito.

Por: Emerson Alcalde

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