sábado, 31 de julho de 2010

josé serra por jorge furtado

Serra sugere ter amantes com discrição e reduzir impostos para evitar suicídios em 02 de julho de 2010.
O despreparo político, emocional e intelectual de José Serra é preocupante, é um alívio que tenha poucas chances de ser eleito presidente.
Politicamente, Serra é um desastre, capaz de trapalhadas fantásticas como a indicação de Alvaro Dias para vice e a rendição, no dia seguinte, aos caciques do DEM, que impuseram um ilustre desconhecido para o segundo cargo mais importante do país. Na remota hipótese da eleição do tucano e num seu eventual impedimento, o Brasil poderia acordar presidido por Índio da Costa, sobre quem só se conhece o envolvimento em maracutaias da merenda escolar carioca. Indio também foi vendido pela mídia serrista com “o relator do projeto ficha limpa”, mas era mentira, mais uma para a lista.
Emocionalmente, Serra é um destemperado, muito agressivo com jornalistas, especialmente com as mulheres. São numerosos os exemplos, todos disponíveis na internet, de suas agressões grosseiras aos repórteres que o entrevistam. Ao mesmo tempo, Serra é capaz de fazer constrangedores galanteios a uma repórter bonita que o entrevistava sobre a tragédia da enchente paulista, onde morreram dezenas de pessoas. E a sugerir que seu jovem vice, que lhe disse ser fiel a sua namorada, que não haveria problemas que tivesse amantes, desde que fosse discreto.
Intelectualmente, Serra é uma decepção. Já entraram para o folclore político brasileiro as bobagens que disse, em tom professoral, sobre a transmissão da gripe suína que aconteceria, segundo ele, quando alguém encosta o nariz no nariz de um porquinho. Ontem, no mesmo dia em que foi apresentado ao seu vice e lhe sugeriu ter amantes com discrição, Serra comentou a carga tributária brasileira que, segundo ele, está entre as maiores do mundo:
“Eu não estou comparando com a Suécia, com a Dinamarca, com a Finlândia, claro, são países com uma renda tão alta que todo mundo já consumiu, todo mundo já gastou no que tinha que gastar, aumenta índices de suicídio pela monotonia da vida, quer dizer, naturalmente tem uma carga tributária mais alta para o estado de bem-estar, para aposentadoria, para isso, para aquilo... Mas nos países emergentes a situação ainda não é essa, ainda há muita gente para entrar no mercado.”
Aos 3:20:
Alguém saberia explicar o que significa a frase de Serra? Qual a relação entre carga tributária e índices de suicídio?
No governo tucano, é bom lembrar, a carga tributária brasileira aumentou muito mais, que eu saiba, não houve crescimento significativo dos índices de suicídio no país. Serra sugere, talvez, que as pessoas prefiram se matar a pagarem impostos? Talvez venha daí o sentido do ditado inglês sobre a inevitabilidade da morte e dos impostos (death and tax).
A idéia de que a Suécia, a Dinamarca e a Finlândia seriam campeãs mundiais de suicídio pela “monotonia da vida” é bizarra, além de inteiramente falsa.
Os países recordistas em número de suicídios, proporcionalmente a sua população, são a Lituânia (41,9 em 100 mil habitantes), Estônia (40,1), Rússia (37,6), Letônia (33,9) e Hungria (32,9). Em números absolutos, os recordistas são a China (195 mil suicídios no ano de 2000), seguida pela Índia com 87 mil, a Rússia com 52,5 mil, os Estados Unidos com 31 mil, o Japão com 20 mil e a Alemanha com 12,5 mil.

Um comentário:

Suicídio - O último manifesto. disse...

Muito bom seu texto e concordo que Serra joga merda no ventilador. MAs quanto a questão de suicídio não posso deixar de observar que seria muito relevante ouvir alguma proposta por parte desses canditados que olhasse com mais seriedade a questão do suicídio que vem sendo negligenciada e é a terceira causa de morte violenta em nosso país, há uma pesquisa da Unicamp que revela aumento de 1000% (MIL MESMO) de aumento de suicídio entre jovens....
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Abços;