segunda-feira, 3 de agosto de 2009

os três porquinhos - oficina de produção de texto


Era uma vez, três porquinhos que eram irmãos. O primeiro morava em uma casa de palha, o segundo em um chalé de madeira e o terceiro, além de morar em uma mansão de tijolos aparentes, era dono da grande fábrica de bacon da cidade. Ao lado da fábrica havia um córrego onde era despejado seu esgoto, e na margem deste córrego morava um lobo.
Uma bela manhã, na frente da fábrica houve um tumulto de repórteres e operários, todos querendo ouvir o que o porquinho da casa de palha, que de cima de um carro de som protestava:
- Caros companheiros, vocês não vêem o absurdo a que estamos expostos? Essa fábrica explora nosso trabalho até nos consumir como matéria prima. Vivemos em uma terrível e constante forma de canibalismo, mascarada pelo processo de industrialização que nos tira a forma que temos em vida, e nos coloca dentro de caixas, como produto nas prateleiras dos supermercados...
Nesse momento os cães policiais dispensaram a manifestação e da janela do escritório, observando o tumulto com olhar de reprovação estava o porquinho do chalé de madeira:
-Esse meu irmão é um vagabundo, a vergonha da família, querendo destruir a própria família! Trabalhando, como eu fiz, sairia logo da linha de produção e estaria em um cargo melhor. É preciso ter obstinação e foco. Em vez de ler aqueles livros cheios de utopias, poderia ter dedicado um pouco de tempo a encontrar o caminho do sucesso!
Na confortável mansão de tijolos o silêncio é quebrado por um grito:
-Porco maldito! Quer me difamar, até uma oportunidade a esse animal eu concedi e agora me apunhala pelas costas! E aquele outro que não faz nada? Deve estar nisso também, estão esperando a hora certa de me passar a perna!
Então, o rico leitão sai correndo em direção de sua fábrica, contudo, quando estava deixando sua propriedade foi surpreendido por um lobo faminto que estava prestes a lhe transformar em uma refeição. O porco, em um ato de sangue frio, que convêm a todo bom porco de negócios, viu naquela adversidade uma oportunidade e tentou argumentar com seu predador:
- Espera, antes de fazer qualquer coisa eu tenho uma proposta para você. Sou dono da Porcos Sorridentes Alimentícios e tenho um plano que pode ser conveniente para nós dois, podemos ser parceiros. Se você me comer só matará momentaneamente sua fome, e amanhã?
O lobo pára sua investida e começa a prestar atenção no que o suíno dizia e responde:
- Resolvi aceitar esse papel que está empurrando para as minhas mão se nos tornarmos realmente iguais, “parceiros”, estou com saco cheio de seguir regras que são só funcionais e boas para vocês porcos e porcas, quero ter o poder de vocês, o luxo, a força que vocês têm para dominar minha espécie, excluí-la e classificá-la. Eu quero estar no topo saciar minha fome, minha ganância, meu ego, quero o melhor que o mundo tem para oferecer.
Um aperto de patas sela o acordo.
Em uma manhã qualquer comendo bacon com ovos no café da manhã o porquinho vê na primeira página do jornal a manchete misteriosa: Serial killer mata mais um líder sindical.

Texto escrito por Luciano Augusto Buniak, Marly Moura Gonçalves e Naira Puzzi Goulart de Souza, participantes da oficina de produção de texto.

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